É muito giro vir para as redes sociais arrotar postas de pescada sobre o crescimento ininterrupto da carga fiscal em Portugal. Não é nada giro essas pessoas ocultarem a sua receita de pacotilha para controlar o problema da dívida pública: privatizar tudo o que se mexe. Assim não!
Se não fosse os apoios do Estado, a taxa de risco de pobreza seria muito, mesmo muito superior. Todos os dados oriundos de instituições fidedignas o indicam.
Os salários em Portugal são baixos porque a produtividade é pouca e os empresários vivem à conta de rendas do Estado e não possuem nem qualificações nem visão estratégica para pensar a médio prazo.
Com isto não quero dizer que o Estado não seja mal gerido ou que os governos não têm sido sucessivamente infestados por gente manifestamente incompetente e/ou corrupta. Muito pelo contrário!
Mas alegar que a maior parte dos problemas dos portugueses estão nos impostos elevados é conversa para enganar tótós. Os salários são baixos porque a base económica é fraca e atrasada. E aos chicos-espertos da Iniciativa Liberal cuja missão é enganar tótós que não percebem patavina de economia política: tentem mas é resolver o problema da incompetência da gestão da coisa pública e não passar pelos pingos da chuva sobre o que implica de facto fazer política e governar.
É que diminuir impostos não é um programa de governo. É quanto muito uma receita para arrasar o tecido social e condenar à miséria material e intelectual nos próximos 50 a 100 anos. Na verdade, pode-se até alegar que uma medida como essa é o exemplo máximo de anti-política.
Pensem em soluções para investir no crescimento da produtividade como aumentar as qualificações e o nível de formação dos trabalhadores portugueses, apetrechar e modernizar as bibliotecas públicas e universitárias, garantir a qualidade do ensino público, aumentar as despesas em Investigação e Desenvolvimento, apostar na renovação dos quadros das universidades.
Miguel Afonso Caetano /
npub1pw…r95z7
2023-09-23 03:10:45
Author Public Key
npub1pwuvltfvfme0d987k6rs3an6jnv9k2w32zqdlqt5hpy9u3cmv6ps2r95z7Seen on
wss://relay.noswhere.comPublished at
2023-09-23 03:10:45Event JSON
{
"id": "e7df25c9100cdb1da5230db8959843bf53cf8ef8cebf151da76af0a435ec50cf",
"pubkey": "0bb8cfad2c4ef2f694feb68708f67a94d85b29d15080df8174b8485e471b6683",
"created_at": 1695431445,
"kind": 1,
"tags": [
[
"proxy",
"https://tldr.nettime.org/users/remixtures/statuses/111111795221627268",
"activitypub"
]
],
"content": "É muito giro vir para as redes sociais arrotar postas de pescada sobre o crescimento ininterrupto da carga fiscal em Portugal. Não é nada giro essas pessoas ocultarem a sua receita de pacotilha para controlar o problema da dívida pública: privatizar tudo o que se mexe. Assim não! \n\nSe não fosse os apoios do Estado, a taxa de risco de pobreza seria muito, mesmo muito superior. Todos os dados oriundos de instituições fidedignas o indicam. \n\nOs salários em Portugal são baixos porque a produtividade é pouca e os empresários vivem à conta de rendas do Estado e não possuem nem qualificações nem visão estratégica para pensar a médio prazo. \n\nCom isto não quero dizer que o Estado não seja mal gerido ou que os governos não têm sido sucessivamente infestados por gente manifestamente incompetente e/ou corrupta. Muito pelo contrário!\n\nMas alegar que a maior parte dos problemas dos portugueses estão nos impostos elevados é conversa para enganar tótós. Os salários são baixos porque a base económica é fraca e atrasada. E aos chicos-espertos da Iniciativa Liberal cuja missão é enganar tótós que não percebem patavina de economia política: tentem mas é resolver o problema da incompetência da gestão da coisa pública e não passar pelos pingos da chuva sobre o que implica de facto fazer política e governar. \n\nÉ que diminuir impostos não é um programa de governo. É quanto muito uma receita para arrasar o tecido social e condenar à miséria material e intelectual nos próximos 50 a 100 anos. Na verdade, pode-se até alegar que uma medida como essa é o exemplo máximo de anti-política. \n\nPensem em soluções para investir no crescimento da produtividade como aumentar as qualificações e o nível de formação dos trabalhadores portugueses, apetrechar e modernizar as bibliotecas públicas e universitárias, garantir a qualidade do ensino público, aumentar as despesas em Investigação e Desenvolvimento, apostar na renovação dos quadros das universidades.",
"sig": "b2027e6c55dd96d9e5528c9f2972cb49e34ca23f8c83a4c0c220bd576d828e4eac985fc10bb6938f5160155eada4b88a1ec388a0093182b53c5ee0687aa543e0"
}