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2024-06-30 12:39:23

Recife Liberdade on Nostr: SOBRE O JEJUM Leitura para edificação da alma e santificação pessoal. MATEUS ...

SOBRE O JEJUM
Leitura para edificação da alma e santificação pessoal.


MATEUS 6:16-18

-O assunto desta noite é um sobre o qual não se ouve muito nas igrejas evangélicas.
-No século XIX, um certo pastor (Samuel Miller) escreveu um ensaio com o título “The Duty, the Benefits, and the Proper Methods of Religious Fasting”.
-E, há umas duas décadas, o tema voltou a ser discutido, depois da publicação do livro “Celebração da Disciplina”, de Richard Foster.
-Além do jejum, o livro trata sobre outras disciplinas, mas o fato é que, no meio evangélico, como um todo, esta é uma prática que não encontra muito lugar.

-No texto que lemos, o nosso Senhor Jesus aborda a prática corrente dos fariseus em Israel; os fariseus queriam aparentar piedade.

-A prática do jejum era algo muito respeitado em Israel; os fariseus jejuavam duas vezes por semana e, claro, a intenção deles era aparecer; e, em querendo aparecer, o jejum perdia todo o sentido.

-Foi neste contexto que Jesus instruiu aos seus discípulos sobre a prática do jejum.

DESENVOLVIMENTO

I. OS CRISTÃOS NÃO DEVEM JEJUAR A FIM DE SEREM VISTOS (v 16).

-Os cristãos devem evitar fazer qualquer coisa a fim de aparecer, seja o jejum, a contribuição financeira, a oração, a frequência aos cultos ou qualquer outra obrigação cristã.

-Quem fazia isso eram os hipócritas, Jesus diz, os quais se mostravam contristados e com o rosto desfigurado.

-O jejum era uma coisa muito comum no Israel antigo.

-O jejum deveria ser uma manifestação pública de humilhação e humildade; por isso se usava roupas que passagem a ideia de tristeza, ou de luto, denotando tristeza pelo pecado e, esperando, ao mesmo tempo, que Deus respondesse as orações.

-Mas, Jesus diz que, em seus diz, os fariseus tinham distorcido e desvirtuado a prática do jejum, visando aos seus próprios interesses.

-Eles queriam ser vistos como pessoas piedosas, santas, tementes a Deus.

-Jesus aqui ataca dois tipos de hipocrisia:

A. A hipocrisia da falsa humildade.

-O jejum é uma manifestação de humildade; é para mostrar que os nossos corações são humildes diante de Deus.

-Mas, os fariseus eram orgulhosos da sua humildade; para eles, o jejum tinha o propósito de fazer as pessoas lhes admirarem.

B. A hipocrisia do jejum que não é direcionado a Deus.

-Para eles, o jejum não servia como algo que aumentaria o fervor das orações feitas a Deus; não servia para aumentar a devoção deles ao Senhor.

-Mas, observe que Jesus não os condenou por jejuar; Ele disse que não se deve jejuar como os fariseus faziam.

-Há uma ocasião em que alguém perguntou a Jesus por que os seus discípulos não jejuavam, ao que Jesus respondeu – “Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar.” (Mc. 2:19).

-O que quer que façamos, não devemos fazê-lo a fim de sermos louvados pelas pessoas.

II. O JEJUM, ENQUANTO PRÁTICA CRISTÃ, É PARTE DE UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL SADIA (v 17).

-No v 17, Jesus não diz “se jejuardes”; antes, Ele diz: “Quando jejuardes...”, o que significa que Jesus quer que jejuemos.

-Jejum é uma abstinência voluntária de comida, ou de bebida, para fins espirituais.

-Uma definição mais geral de jejum poderia incluir a abstinência voluntária de qualquer função normal por um período específico e para propósitos espirituais.

-A prática do jejum é muito incompreendida: 1. Para alguns, é uma coisa estranha, que só monges fazem; 2. Para outros, é algo legalista.

-Mas, nem uma coisa nem outra; o jejum é mencionado mais vezes que o sacramento do batismo; cerca de 77 vezes se faz referência o jejum, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

-Mas, não se costuma pregar sobre jejum nem nós conhecemos muitas pessoas que jejuam, mas Jesus espera que os seus seguidores jejuem.

-Na Bíblia, há vários tipos de jejum:

A. O jejum regular – refere-se à abstenção de comida, mas não de água, por um período específico de tempo; pode-se beber suco; normalmente faz-se no período diurno, do nascer ao por do sol.

-“E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.” (Mateus 4:2)

-“durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome.” (Lucas 4:2)

-Jesus ficou faminto após jejuar por quarenta dias; o texto não diz que Ele ficou sedento; ou seja, Jesus se absteve de comida, mas não de água.

-Depois de três dias sem água, a pessoa morre; quando alguém passa quarenta dias sem comida e sem água, há algo de sobrenatural, como aconteceu com Moisés, e com Elias.

B. Jejum parcial – é o que nós encontramos em Daniel 1:12 – “Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber.” – que se refere à abstenção de alguns tipos de comidas, não de todas.

C. Jejum absoluto – não se faz uso de comida nem bebida – “Esdras se retirou de diante da Casa de Deus, e entrou na câmara de Joanã, filho de Eliasibe, e lá não comeu pão, nem bebeu água, porque pranteava por causa da transgressão dos que tinham voltado do exílio.” (Esdras 10:6).

-Este é um jejum sobrenatural, como nós vemos também em Deuteronômio 9:9, quando Moisés recebeu os Dez Mandamentos, ele passou quarenta dias e quarenta noites, sem comida e sem água.

-Mas, observe que isto não foi algo que Moisés impôs a si mesmo, Deus ordenou; este também foi o caso de Elias (I Reis 19:18), quando Elias voltou ao lugar onde Moisés tinha feito o jejum, e também passou quarenta dias e quarenta noites sem comida.

D. Jejum privado (ou particular), que é o caso da nossa passagem aqui; é um jejum que não é público, algo de que a igreja toda ou a nação não estão participando; dá-se quando um indivíduo, secreta e discretamente, abstêm-se de comida e bebe em alguma medida por um certo período de tempo.

E. Há também jejuns congregacionais – como aquele em que a Igreja de Antioquia se engajou, antes de enviar os missionários; eles estavam consagrando-se em oração e jejuando pelo envio dos missionários.

F. Há também, na Bíblia, o registro de jejum nacional – não somente Israel fazia, mas mesmo nações pagãs; foi o caso de Níneve, onde se convocou um jejum depois da pregação do profeta Jonas.

G. Em Israel, Deus só convocava jejum regular; todos os outros tipos de jejum eram voluntários; o único que Deus apontou – o jejum regular – acontecia no Dia da Expiação; acontecia uma vez por ano e todos os judeus deveriam participar (Lv. 16:29-31).

H. Jejum ocasional – é sobre este que mais se lê na Bíblia; é aquele que se fazia em circunstâncias especiais – quando uma pessoa estava contrita por causa de um pecado em particular, ou quando alguém estava por correr um grande perigo.

-Tudo isso mostra que o jejum deve ser parte de nossa experiência religiosa; mas entender que o jejum é um exercício que nos lembra das palavras de Jesus – “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” (Mt. 4:4).

-Quando nós jejuamos, nós estamos dizendo que, em nossas vidas, há algo mais importante do que comida e bebida; nós estamos dizendo que há prioridades mais importantes do que comida; e esta prioridade é Deus, é a nossa comunhão com o Senhor, é o nosso empenho no Reino de Deus.

-No versículo 18, Jesus está dizendo por que nós devemos jejuar.

-Nós devemos jejuar para agradar a Deus e pelo bem de nossas próprias almas; nós não devemos jejuar para conseguir a aprovação dos homens.

-O nosso Senhor não somente espera que jejuemos; Ele espera que jejuemos pelas razões corretas.

-O jejum não é um dever isolado; está sempre conectado com outras responsabilidades espirituais, como a oração, por exemplo, que quase sempre acompanha o jejum.

-O jejum é um auxílio para oração, mas não é algo que se use para manipular a Deus, levando-O a ouvir as nossas orações; não, é algo que nos lembra quão séria é a questão que nós estamos levando ao Senhor em oração.

-O jejum, então, é um meio que nos dispõe a orar.

1. A Bíblia diz, por exemplo, que devemos jejuar para nos fortalecer em oração, e como um auxílio para orarmos, como em Daniel 9, texto em que encontramos Daniel fazendo a oração mais importante que já se fez no Antigo Testamento – a oração pela vinda do Messias.

-Em resposta àquela oração, Deus enviou o Messias; mas observe que, para auxilia-lo em suas orações, Daniel jejuou – “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza.” (9:3)

2. O jejum é usado também nas Escrituras para obter a direção de Deus – “E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.” (Atos 14:23).

-A eleição de presbíteros e diáconos é algo de grande importância; por isso Paulo e Barnabé, além de orar, jejuaram; eles precisavam de direção do alto.

-David Brainerd jejuou e orou quando estava por decidir se iria ao campo missionário ou não.

3. O jejum também expressa tristeza, como em Juízes 20:26 – “Então, todos os filhos de Israel, todo o povo, subiram, e vieram a Betel, e choraram, e estiveram ali perante o SENHOR, e jejuaram aquele dia até à tarde; e, perante o SENHOR, ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas.”

-Isto se deu quando as onze tribos decidiram punir a tribo de Benjamin por algo terrível que tinha feito; diante dos milhares de mortos, eles jejuaram, e por direção da parte de Deus; e, depois, saíram para conquistar a tribo de Benjamin.

4. Jejum também é usado para fins de proteção e de livramento; é usado para expressar arrependimento e retorno ao Senhor; é usado para expressar humildade diante de Deus, ou preocupação pela obra de Deus, para vencer tentações, para se consagrar a Deus e também párea expressar amor e adoração ao Senhor.

-Cornelius Plantinga disse: “Autoindulgência é o inimigo da gratidão, e a autodisciplina é normalmente o seu amigo e promotor.”

-Por esta razão, a glutonaria é um pecado capital; os antigos pais do deserto acreditavam que os apetites de uma pessoa estão todos interligados. Estômagos muito cheios diminuem a nossa fome e sede de justiça, diminuem o nosso apetite por Deus; e esta é uma das razões por que Deus diz que devemos jejuar como parte regular de nossos exercícios religiosos.
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