inscitia on Nostr: Pois como fortes eram outrora o Amor e o Ódio Também o serão doravante; e jamais, ...

Pois como fortes eram outrora o Amor e o Ódio
Também o serão doravante; e jamais, penso eu,
Desses dois se esvaziará o Tempo interminável.
Pois ora nasce o Um do Múltiplo,
Ora do Um que se parte o Múltiplo provém. [...] Fogo e Água e Terra, e a altura infinita do Ar.
E deles separado, o Ódio funesto,
De peso igual em toda parte, e em meio a eles o Amor,
Igual em todo o seu ser, em comprimento e largura.
Contempla- o agora com a mente, e não te assentes aí,
De olhos arregalados, pois que ele é nascido
E se implanta nos membros dos mortais.
Por ele os homens nutrem pensamentos de amor, por ele
Aperfeiçoam obras de concórdia, e o chamam Pelos nomes de Prazer e de Afrodite.
Por entre os elementos ele se move,
Mas isso mortal algum jamais viu.
Tu, porém, escuta o discurso sem sequência de engano:
Pois eis que esses elementos são iguais e coeternos;
Todos de igual origem, cada qual com sua tarefa,
E cada um tem seu modo, e em turnos Prevalece no rolar do tempo.
E, mais do que eles, nada nasce nem deixa de existir,
Pois, se perecessem continuamente,
Não mais existiriam, e como então seria o grande Todo
Acrescido de coisas, e de onde elas viriam?
E como, ademais, poderiam os elementos se extinguir,
Se nada vive que deles esteja vazio?
Não, eles são sempre os mesmos e, correndo Uns pelos outros, geram ora isso, ora aquilo, Os mesmos por toda a eternidade.

Empédocles, citado por Max Jammer no livro Conceitos de Força