Why Nostr? What is Njump?
2024-06-11 04:54:54

Berlanda astrólogo on Nostr: Foi em Dakshineswar, durante o verão de 1883, que encontrei Sri Ramakrishna pela ...

Foi em Dakshineswar, durante o verão de 1883, que encontrei Sri Ramakrishna pela primeira vez. Eu tinha mais ou menos dezesseis anos de idade. Swami Advaitananda era a única pessoa que vivia com ele então, e também estava no quarto quando cheguei. O Mestre me fez sentar ao seu lado, e a primeira coisa que perguntou a mim foi, “Você já me viu antes?”

1 Este texto é a tradução do primeiro capítulo do livro em inglês “From Holy Wanderings to Service of God in Man”, com as memórias de Swami Akhandananda. 2 Swami Akhandananda (1864-1937), um Discípulo Direto de Sri Ramakrishna, foi o 3º presidente da Ordem Ramakrishna. 2

“Sim”, eu respondi, “Eu o vi uma vez na casa de Dinanath Bose, um discípulo de Keshab Chandra Sen, quando eu era muito novo.” Sri Ramakrishna sorriu e virando-se para Swami Advaitananda disse, “Escute isso, Gopal! Ele diz que me encontrou uma vez na infância – esse pequeno já teve uma infância!”

O Mestre me pediu que passasse a noite lá; assim eu fiz. Como a noite estava chegando, ele me pediu para ir ao Panchavati após fazer as saudações nos templos de Kali e Vishnu. Mais tarde de noite, enquanto voltava ao quarto de Sri Ramakrishna, pude ouvir o som da música sendo tocada nos dois Nahabats, enquanto o vasto complexo reverberava com o ressoar das campainhas das cerimônias vespertinas.

O quarto do Mestre estava escuro e havia um agradável odor de incenso queimando. Ele estava sentado em seu pequeno divã, quase invisível, e sem nenhuma consciência exterior. Quando, na manhã seguinte, eu estava quase partindo para Calcutta 3, ele me pediu com um sorriso que retornasse no próximo sábado.

Quando vi Sri Ramakrishna pela segunda vez alguns dias mais tarde, novamente me fez passar a noite lá. Durante a noite, após o término da cerimônia vespertina, o Mestre me deu um tapete e me pediu que o estendesse no solo. Quando fiz isso, ele trouxe uma almofada e deitou-se sobre o tapete. Ele me disse, “Agora você é para mim, como um filho para sua mãe.”

Então me fez sentar em uma postura confortável e me pediu que meditasse. “Não é bom se sentar encurvado para a frente nem mantendo o corpo muito reto,” ele disse. Mais tarde o Mestre escreveu algo sobre minha língua e me deu a iniciação. Então me pediu que massageasse seus pés.

Naqueles dias eu costumava praticar lutas e era muito forte. Assim que comecei a massagear suas pernas com um pouco mais de força, ele disse em voz alta, “O que está fazendo? Vai quebrar as pernas – faça isso suavemente”. Me espantei e fiquei um pouco assustado. “Como devo massagear então?”, perguntei. “Simplesmente passe suas mãos sobre elas, sem pressão,” respondeu. Eu fiz como instruído e percebi quão suave e delicado era seu corpo, como se seus ossos estivessem cobertos de manteiga.

Depois de um tempo ele disse, “Niranjan (mais tarde Swami Niranjanananda) também fez como você, no início”. Daquele dia em diante eu visitava Sri Ramakrishna com frequência, normalmente chegando de tarde, passando a noite e partindo na manhã seguinte. Muitos outros discípulos vinham vê-lo também, e entre estes Latu 3 Hoje Kolkata. (nota do tradutor).
3 (mais tarde Swami Adbhutananda) e Harish (Harish Kundu, um discípulo chefe-de-família) estavam com ele a maior parte do tempo.

Eu era extremamente ortodoxo naqueles dias e escrupulosamente observava todos os costumes Brahmins 4 de acordo com as determinações das escrituras. Por exemplo, eu tomava quatro banhos por dia sem jamais aplicar óleo em meu corpo e assim minha pele tornou-se muito seca.

E tinha o hábito de comer muitos pedaços de myrobalan (uma noz amarga) após as refeições, o que tornava meus lábios esbranquiçados. Observando isso o Mestre disse para mim, “Você é um jovem. Por que está imbuído dessas ideias de pessoas velhas? Isto não é bom”.

E enquanto praticava minhas práticas Brahmins, eu fazia muitos exercícios respiratórios – de fato eu os iniciei muito antes de encontrar o Mestre. Me tornei cada vez mais interessado neles e diariamente aumentava sua quantidade, suspendendo minha respiração por tanto tempo que suava e tremia.

Quando contei ao Mestre sobre isso, ele me proibiu de fazê-los novamente, dizendo que tais práticas poderiam levar a alguma doença fatal.

Ele me instruiu a repetir o mantra Gayatri todos os dias, dizendo, “Repita-o quantas vezes puder”. Um outro costume ortodoxo que eu seguia era o de comer apenas uma refeição por dia e cozinhá-la eu mesmo.

Ninguém conseguia me convencer a comer nem mesmo a comida sacramental oferecida ao Senhor Vishnu na casa de um Brahmin. Portanto em Dakshineswar não me atrevia a ficar para uma refeição, pois poderia ter que comer o arroz cozido sacramental do templo de Kali.

Apesar de que nunca falei sobre isso com o Mestre, intuitivamente ele sabia que, se eu o deixava de forma relutante todas as manhãs, eu o fazia apenas porque evitava quebrar o voto de comer comida cozinhada por eu mesmo.

Contudo, em um dia de Ekadasi, o décimo-primeiro dia da quinzena lunar [lua cheia ou lua nova], considerado muito sagrado em que se observa um jejum durante todo o dia, eu fui ao Mestre à tarde. Eu tinha estado jejuando, é claro, como fazia em todos esses dias sagrados.

Ofereci a ele um melão que tinha trazido e me prosternei. Ele ficou muito satisfeito. “Você quer ir embora agora?”, perguntou. Eu disse, “Não”. Na manhã seguinte Sri Ramakrishna me pediu que o acompanhasse ao Panchavati, onde me disse para meditar de frente para o Leste.

Ele me deixou por um tempo e quando retornou endireitou a minha posição para ficar mais ereta. “Você fica um pouco curvado durante a meditação,” disse. Nós retornamos juntos ao seu quarto e ele me pediu que pegasse um balde de água e fosse com ele até a espaçosa escadaria de banhos da margem do Ganges.

Eu o banhei e em seguida lhe dei roupas novas, que vestiu. Então retornamos ao seu quarto. Na parede estava um quadro de Kali do templo de Kalighat. Ele foi até
4 Da casta sacerdotal (nota do tradutor). 4
lá e pegando alguns pedaços da oferenda sacramental colocadas ali, colocou um pouco em sua boca e o resto na minha. Então, repetindo “Om Kali” várias vezes, juntou suas mãos ao seu peito e ficou ali com os olhos meio fechados por algum tempo, depois do que pegou os frutos e doces oferecidos que lhe enviavam todos os dias dos templos de Kali e Vishnu.

Ele comeu um pouco destes e me deu alguns também e ambos tomamos um pouco da bebida doce preparada da fruta de bel. Em seguida sentou-se no pequeno divã e fumou. Naquela mesma noite, depois que terminou as oferendas às Divindades nos templos, o Mestre me levou até a varanda a leste de seu quarto, que dá para o pátio e com uma vista de ambos os templos [Kali e Vishnu]. “Vá e busque arroz oferecido a Kali,” ele disse, “ele é cozido na água do Ganges e é muito sagrado.

Vá e compartilhe dele.” Enquanto seguia pela varanda, eu me virei e o vi [Sri Ramakrishna] de pé me olhando para ver se estava indo para a cozinha do templo de Vishnu ou de Kali.

Eu pensei comigo mesmo que o Mestre poderia ter me pedido que fosse a cozinha do templo de Vishnu também, mas ele apenas me disse para ir à cozinha de Kali, onde peixe e carne [cordeiro] eram cozidos. Eu me perguntava porque ele me disse para fazer isso. Por fim eu fui lá, mas comi apenas comida vegetariana naquela noite.

Eu me lembro bem que um espesso cozido de vegetais foi uma das preparações que comi. Ao retornar da refeição, encontrei Sri Ramakrishna de pé junto a entrada da porta leste com uma folha de betel em sua mão. “Ponha em sua boca,” ele disse, dando-a para mim. “Após as refeições é saudável comer uma ou duas folhas de betel.

Senão mau-cheiro se origina na boca. Você vê,” ele continua, “Naren (mais tarde Swami Vivekananda) come várias folhas de betel. Ele devora tudo que é comestível. Ele tem grandes olhos voltados para seu interior. Enquanto anda pelas ruas de Calcutta, ele vê as construções, os cavalos e carruagens, todos repletos do Senhor Narayana.

Vá vê-lo. Sua casa é em Simla (uma parte de Calcutta).” Portanto no dia seguinte eu fui ver Naren pela primeira vez. Ele vivia na casa de seu pai. Quando visitei o Mestre novamente, ele me perguntou, “Você foi ver Naren?” “Sim,” eu respondi, e contei a ele tudo sobre meu curto encontro com Naren. “Eu vi seus olhos grandes e magnéticos,” disse. “Ele estava lendo um livro inglês tão grande quanto o dicionário Webster, - uma biografia de Buddha. Seu quarto estava sujo, mas ele parecia totalmente indiferente a isso, como se sua mente não estivesse neste mundo.

O que disseste sobre ele, senhor, era verdade.” O Mestre ficou muito satisfeito ao ouvir isso. “Mas como você poderia compreender tudo no primeiro encontro que durou um tempo curto?” disse. “Vá vê-lo frequentemente e desfrute de sua companhia.”
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